“Vivemos brevemente, sim. Imperfeitamente, é claro. Estupidamente, às vezes. Mas isso não importa, porque essa é a maneira como somos feitos. E quando chega a hora de morrer, não resistimos. Nós a chamamos.”
Talvez a vida deixe de fazer sentido algum dia, talvez o tal apocalipse realmente aconteça; mas antes de tudo isso, seria bom conferir o que ‘The Philosophers’ tem a lhe mostrar. O longa, escrito e dirigido por John Huddles, parte do ponto filosófico da existência humana com uma premissa original e brilhante que pode (ou não) trazer uma nova visão do fim.
Na última aula de filosofia do ano, o excêntrico e ardiloso Sr. Zimmit propõe à seus alunos um desafio diferente de tudo que já foi visto, para poder assim fechar as suas tão esperadas notas anuais. O desafio consiste em pensar e usar, além da imaginação para que dê tudo certo, a lógica, e o mesmo parte do ponto em que ele e seus 20 alunos presentes estariam frente a frente à uma espécie de apocalipse mundial causado por uma devastação nuclear que estaria ocorrendo, na qual eles seriam os últimos representantes da raça humana com o privilégio de ter acesso à um abrigo nuclear, onde permaneceriam vivos por um ano; mas como a vida é injusta e sacrifícios sempre são feitos, eles tem a notícia de que o abrigo só suporta 10 pessoas, sendo eles os responsáveis por decidir quem dos 20 ficará no abrigo através de um jogo de raciocínio e sobrevivência proporcionado pelo professor, afinal, quem estiver no abrigo será, juntos dos outros, responsável pela reprodução da espécie humana, além de responsável por reconstruir o planeta após o holocausto.
O que acontece a partir daí é uma sequência de rodadas para ver quem está apto a sobreviver, ou não, no mundo apocalíptico que o professor idealiza. As cenas envolvendo o tal abrigo e o apocalipse são de tirar o fôlego. Além de brilhantes e agonizantes, tendem a deixar os personagens e quem assiste na beira de um abismo, submetendo-se a uma passagem sem volta pro extermínio ou para a sobrevivência.
Os ideias abordadas e as possibilidades pensadas são mais do que essenciais para um pensamento acerca de tudo que estamos vivendo e se estamos filosoficamente e ideologicamente preparados, para caso algo aconteça e sejam precisas escolhas.
É possível aprender muito com esse filme, repensar muito sobre o que cada um faria, como cada um reagiria. Seguiríamos a lógica? Pensaríamos individualmente ou coletivamente? Sucumbiríamos à tão famosa intuição? Assim como os alunos são pressionados a enfrentarem tudo que acreditam, a valorizar o pensamento, quem assiste à esse belo filme sente-se obrigado a sentar por alguns muitos minutos e pensar o que faria se estivesse lá, se ajudaria para o futuro da espécie humana ou apenas faria de tudo pra se manter vivo.
Os atores e atrizes no geral, alguns até bem conhecidos por franquias como ‘Harry Potter’ e ‘Pequenos Espiões’, além de diversas séries de TV como ‘The Killing’, ‘The Fosters’ e ‘Vikings’, se mostram bem eficazes em diversas cenas e situações, dando um brilho maior pro filme. Rhys Wakefield, um dos atores centrais da trama, mostrou mais uma vez que pode ser mais do que um simples rostinho bonito, ele não é o grande ator da geração mas cumpre bem o papel e sabe se adaptar, ao contrário de Sophie Lowe, que embora tenha um foco maior e seja linda, acaba irritando diversas vezes com sua atuação e atitude bem blasé.
Certas cenas próximas do final são um tanto irritantes e até mesmo idiotas, mas é preciso que se aproveite e se mantenha atento à elas, muito do que o filme expressa se mostra presente nessas cenas, explicando até mesmo certos acontecimentos ao decorrer do longa, mesmo que no final nada pareça fazer muito sentido.
‘The Philosophers’ é um filme diferente num todo. Instiga, intriga e atiça toda e qualquer pontinha da mente um ser humano pensante. Utilizando um roteiro inteligente e promissor, atrai o menos adepto a filosofia para um desafio brutal e articulado, capaz de fazer a sua mente descobrir o que não conseguia ver antes, o caminho para sair da escuridão.








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