
Era quarta-feira, 4 de maio de 2011, Libertadores da América. Quatro brasileiros jogavam para avançar para as quartas-de-final contra equipes inferiores, e se juntar ao Santos, já classificado. Era o futebol brasileiro podendo colocar 5 times entre os 8 finalistas da Libertadores.
Primeiro veio o Internacional, contra o Peñarol. Depois de
empatar por 1x1 no Uruguai, uma derrota de virada em casa. 2x1, Inter fora.
Veio o Grêmio, contra a Universidad Católica. Depois de
derrota por 2x1 em casa, mais um revés. 1x0, Grêmio fora.
Tinha mais. Fluminense, Libertad. Vitória por 3x1 em casa,
derrota por 3x0 no Paraguai. Flu fora.
Desgraça pouca é bobagem. Cruzeiro, Once Caldas. Vitória
azul por 2x1 na Colômbia, derrota por 2x0 em Minas. Cruzeiro
fora.
A maior noite das bruxas que já vi no futebol brasileiro
ficou esquecida pelo título do Santos e resolveu ter uma reedição na Copa do
Brasil de 2014.
O que vimos nesta quarta-feira é o que faz o futebol valer a
pena e também o que nos faz pensar. Três eliminações de gigantes do futebol
brasileiro de maneiras distintas.
O Inter, em dois incontestáveis atos. O São Paulo, sem alma
e de salto alto, surpreendido. O Fluminense, soberbo, humilhado. Agora, os três
com vaga na Copa Sulamericana.
E, para os "conspiracionistas" do futebol, os três times
teriam entregado para ficar na Sulamericana, que virou a terceira divisão do
futebol do continente. Um torneio com muito menos expressão que a Copa do
Brasil, mas que paga bem ao campeão e é muito mais fácil de conquistar que um
torneio nacional.
O que vi foi o Inter tomando um baile em Porto Alegre e
aceitando a eliminação por antecipação, já sabendo do prêmio de consolação. Vi
o São Paulo, com a alma do Ganso, jogando o futebol do Muricy e repetindo o que
aconteceu no Estadual. Por fim, o Fluminense emanando empáfia e enfrentando 11
jogadores que fizeram de um jogo morto os noventa minutos de suas vidas.
Ingênuo é quem acredita que não existe time entregando jogo
no futebol. Louco é quem acredita que um time humilha a camisa que veste
intencionalmente. Medíocre é o jogador que faz isso.
Posso estar errado e talvez tenhamos visto três gigantes do
futebol brasileiro manchando sua história por uma vaga em um torneio
inexpressivo. Mas isso não me importa hoje.
Prefiro ser chamado de ingênuo e acreditar que foram só
zebras. Prefiro só crer que o inacreditável 4 de maio de 2011 viu no 13 deste
agosto a data certa para espalhar novamente algumas bruxas pelo futebol. Ou,
como diriam nossos vizinhos para explicar o dia de hoje, no creo en
brujas, pero que las hay, las hay.






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