“A História gira em torno de Hazel
e Gus, dois adolescentes que se conheceram em um grupo de apoio a pacientes com
câncer e compartilham, além do humor ácido e do desdém por tudo que é
convencional, uma história de amor que os faz embarcar em uma jornada
inesquecível.”
O LIVRO
Com o título criativo, o livro, “A
Culpa é das Estrelas”, ganhou diversos fãs pelo mundo todo, o que não foi meu
caso. De início, buscando divergir do comum, Green, faz mais do mesmo, tornando
a leitura rasa em inúmeros aspectos, principalmente, nas referências filosóficas
que buscam um ar de sofisticação, mas que acabam se tornando clichês.
A protagonista, Hazel, tem
dezessete anos, porém, não demonstra isso. Segundo os leitores, John Green
entende bem o universo dos adolescentes, me parece um equívoco. Os diálogos são
sobrecarregados de palavras difíceis, acrobacias, metáforas, piruetas e
expressões que com certeza não são utilizadas pelos jovens.
Fracamente descrito, mesmo que as
palavras bem encaixadas nos levem a necessidade de terminar as frases, a
interpretação necessária para entender qualquer situação é nula. Uma leitura
mais aprofundada parece inimaginável, já que o autor entrega todos os mistérios
possíveis de bandeja em enigmas fúteis. É fácil adivinhar o final da história
logo nos primeiros capítulos.
O câncer foi inserido no romance com um objetivo claro: emocionar. Conseguiu? Não. Foi só uma tentativa frustrada
de manipular emoções superficiais, claramente inspirada em Nicholas Sparks,
autor que volta e meia coloca conflitos com a intenção de cativar os leitores, mas,
que empobrece a história e seu desenvolvimento.
É um livro comercial, sobretudo.
E esse, alias, me parece ser mais um do tsunami do mercado editorial, que vem
trazendo livros desnecessários, com capas bonitinhas, conquistando um amontoado
de gente, sem perceber que a história é sempre o mesmo feijão com arroz.
O FILME
No livro, a descrição dos
personagens se adéqua bem, de fato, o humor ácido, realmente existe,
entretanto, na versão que chegou aos cinemas, são apenas dois jovens, bonitos e
agradáveis, conforme manda a sociedade.
Lendo o Best-seller, imaginei uma
versão atual de “Bonnie e Clayde” para as telonas, até possível, sem sombra de
dúvidas, mas o que vi, na verdade, foi um update de “500 Dias com Ela”
utilizando os mesmos recursos visuais/narrativos, misturado com uma versão
menos sofisticada e lagrimosa de “Love Story”, ou seja, um casal biônico e
artificial construído somente para que Hollywood prove que ainda é mestre em
tirar lágrimas dos olhos das pessoas.
Esse casal artificial é muito bem
representado pelos Shailene e Ansel, pois, o que vemos são atores lutando para
dar vida a um roteiro medíocre e não, uma encarnação, de fato, de seus
personagens. E se não bastasse isso, o exagero no uso do plano e contra-plano
não demora a cansar o espectador, que logo se entedia. Sem contar, os erros de
continuidade que fatalmente acontecem.
Fora isso, os velhos truques para
despertar a emoção estão todos presentes: trilha sonora dramática, câmera lenta
e closes nos rostos. E o resultado é evidente, lágrimas e soluços por toda a
sala de cinema. Apesar dos defeitos técnicos, de roteiro e de atuação, o filme
cumpre seu papel: ser um drama adolescente que faz chorar. De fato, um sucesso
de audiência.








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