Mas,
em vez de maiores explicações, encontrei algo que ficou no lugar da minha
tristeza pelo massacre da semifinal. Entrei no Twitter e vi que, entre os assuntos
mais falados, estava a tag #EuAmoDavidLuizPorque. Li a resposta de muitas
pessoas e cheguei à conclusão de que eu só poderia completar a expressão com “me faz ter pena”.
Infelizmente,
adoramos nos fazer de vítima. E ver um de nós se passando por "coitado" foi o
necessário para criar um ídolo.
Jamais
gostei do estilo do David Luiz de jogar tudo para a galera, mas segurei minhas
críticas por ele ser habilidoso e viver uma boa fase há algum tempo. Porém, as
suas duas últimas atuações – das mais patéticas que já vi de brasileiros em
Copas – me obrigam a fazer uma reflexão.
Como
uma criança, David abandonou sua posição no campo, deixou seus companheiros rendidos
e tentou buscar a glória para si. Falhou feio, saiu de campo chorando e pedindo
desculpas, e virou ídolo por isso. Oi?
Aí
temos o retorno de quem, verdadeiramente, nunca se foi: o complexo de vira-lata
rodrigueano está vivo em
nós. Transformamos o coitadismo infantil de um atleta em
exemplo, em vez de cobrar comprometimento e responsabilidade.
Ainda
somos vira-latas. Choramos por tudo, nos colocamos como vítimas e fugimos da
responsabilidade de evoluir. Idolatramos quem faz isso, e atiramos em quem dá a
cara a tapa.
Meu
maior ídolo no futebol jamais se escondeu. Quando tudo pareceu perdido, não
chorou para o mundo. Foi homem e correu atrás da glória, que veio com dois gols
na final da Copa de 2002. Hoje, vocês preferem lembrar-se dele como um gordo.
E
tudo que eu mais queria nesse momento é um cara em campo como esse gordo. Um homem
que representasse bem o papel de ídolo, e não uma criança de 27 anos idolatrada
por pena. Porque eu quero mais ídolos de verdade e menos vira-latas.







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