Homem que é homem não chora, bem diziam os antigos. Ouvimos
essa blasfêmia desde quando nossa resposta ao som, lá no útero, é ativada. E no
desamparo do não saber cognitivo, homem realmente não chora. Ou melhor, homem
não quer chorar.
Porque homem que é homem chora sim. Mas, na calada, no
miúdo. E dentre tantas idas e vindas, o homem aprendeu que existe um motivo
para lacrimejar. Ou talvez, uma desculpa, um pretexto, que não o importunariam
com dogmas retrógrados de uma sociedade – ainda – machista, o futebol.
No momento do hino brasileiro, por exemplo, está mais do que
liberado lagrimar pela pátria amada. Oh pátria amada! Esta que nos da o direito
de evitar o prumo, de desviar da rota, de quebrar correntes, de pular a cerca
da ignorância de que: homem? Homem não chora.
Pois homem chora sim, sinto muito dizer. O homem sempre
chorou, mas foi obrigado a dizer que não chorava. Foi obrigado a congelar suas
lágrimas e guardá-las no freezer, construindo mais e mais pedras melancólicas de
gelo.
Fazeis às lagrimas por amor a pátria, ou por qualquer
outro motivo que for.
O homem que não chora nunca, além de fazer mal a alma,
não merece confiança. Agir com frieza não te faz ser melhor do que ninguém, meu
caro. Pois então, chore. Se emocione. Desabe. Sem medo de ser ridículo ou
cafona. Faça deste momento oportuno, evapore a água que encobre o sal romântico
pertencente a tua pessoa.
Mas, pior do que um homem que nunca chora, é um homem que
sempre esconde o choro, este, além de medroso, não dá as cartas, acoberta o
jogo, e sejamos sinceros, como acreditar em um homem que tem temor dos próprios sentimentos?
Não há escapatória, amigo, chore.







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