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terça-feira, 8 de julho de 2014

Homem que é homem chora sim



Homem que é homem não chora, bem diziam os antigos. Ouvimos essa blasfêmia desde quando nossa resposta ao som, lá no útero, é ativada. E no desamparo do não saber cognitivo, homem realmente não chora. Ou melhor, homem não quer chorar.

Porque homem que é homem chora sim. Mas, na calada, no miúdo. E dentre tantas idas e vindas, o homem aprendeu que existe um motivo para lacrimejar. Ou talvez, uma desculpa, um pretexto, que não o importunariam com dogmas retrógrados de uma sociedade – ainda – machista, o futebol.

No momento do hino brasileiro, por exemplo, está mais do que liberado lagrimar pela pátria amada. Oh pátria amada! Esta que nos da o direito de evitar o prumo, de desviar da rota, de quebrar correntes, de pular a cerca da ignorância de que: homem? Homem não chora.

Pois homem chora sim, sinto muito dizer. O homem sempre chorou, mas foi obrigado a dizer que não chorava. Foi obrigado a congelar suas lágrimas e guardá-las no freezer, construindo mais e mais pedras melancólicas de gelo.

Fazeis às lagrimas por amor a pátria, ou por qualquer outro motivo que for. 

O homem que não chora nunca, além de fazer mal a alma, não merece confiança. Agir com frieza não te faz ser melhor do que ninguém, meu caro. Pois então, chore. Se emocione. Desabe. Sem medo de ser ridículo ou cafona. Faça deste momento oportuno, evapore a água que encobre o sal romântico pertencente a tua pessoa.

Mas, pior do que um homem que nunca chora, é um homem que sempre esconde o choro, este, além de medroso, não dá as cartas, acoberta o jogo, e sejamos sinceros, como acreditar em um homem que tem temor dos próprios sentimentos? 

Não há escapatória, amigo, chore.
Felipe Fernandes

É um profundo admirador da escrita e da arte que é escrever. Estudante e escritor metido a poeta, que as vezes acerta nas combinações das palavras.

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