Mate um clone ou seja um
A dinâmica e flexibilidade da ficção cientifica é incrível; uma simples ideia, muitas vezes batida, pode ganhar uma nova visão, basta os idealizadores serem criativos e terem imaginação. E quando se trata de imaginação, os roteiristas e produtores de ‘+1 (Plus One)’ podem se dizer cheios dela. A premissa é simples ao mesmo tempo que complicada (ou pelo menos tenta ser); Tudo parte do ponto de três amigos indo à uma grande festa que está ocorrendo na cidade; David indo na intenção de se resolver com sua ex namorada Jill, Teddy em busca de experiências sexuais memoráveis e Allison apenas tentando socializar. Sim, um belo clichê americano, que renderia cenas de sexo, muitas piadas envolvendo genitálias e coisas do gênero. Pois este filme está em longe disso.
Tudo parece estar perfeito na festa, isto é, até um estranho fenômeno acontecer. Graças à um meteoro que vemos aterrissando no começo do filme, certas descargas elétricas ocorrem atrapalhando a festa e provocando uma fenda no espaço-tempo. Quando tudo volta ao normal David (Rhys Wakefield), Teddy (Logan Miller) e Allison (Suzanne Dengel) começam a perceber que algo está muito errado e estranho, não só existem mais pessoas na festa, como clones deles três agindo como eles mesmos haviam agido horas atrás. O pânico, logicamente, começa a tomar conta dos três, os fazendo pensar em como entender e reverter a situação; eles estão revivendo os mesmos momentos que viveram algumas horas atrás, mas ao mesmo tempo que seus clones, o que gera um caos na mente não só dos personagens, mas também de quem assiste. Eles precisam agora tentar achar um jeito de chegar ao fim da noite vivos e com tudo correndo perfeitamente, como estava antes, afinal, qual seria sua reação se visse a si mesmo na sua frente?
Quando todos percebem, o desespero é mutuo e com medo do que poderia acontecer com um contato direto com seus clones, se eles seriam possíveis ameaças, todos os originais se escondem. É então que os clones somem em um novo blackout e quando reaparecem já estão todos juntos, no mesmo lugar, na mesma linha do tempo, gerando um misto de agonia, medo e violência.
O filme carrega diversas cenas de tensão, muito boas por sinal, que unem as histórias particulares dos personagens com o fenômeno que está ocorrendo, fazendo assim com que tudo se torne mais interessante a cada cena. Não é simplesmente um filme sobre clones, é possível observar um roteiro medido a cada palavra, feito pra encaixar no meio da confusão que é o filme, feito pra mostrar as falhas de cada um, os momentos em que decidem se aproveitar do que está acontecendo e é claro, a brutalidade e o pavor que é ver a si mesmo no mesmo lugar, vivendo tudo de novo e ainda com um privilégio a mais: poder alterar tudo.
Não há muito o que se dizer acerca dessa produção, apenas não espere entender de primeira, muito menos conseguir identificar quem é original e quem é clone de cara, mas com certeza espere se entreter e se extasiar. O diretor Dennis Iliadis conseguiu captar perfeitamente a ideia e mostrar quadro a quadro o fenômeno, além de deixar as cenas bem mais desesperadoras e emocionantes.
Resultando em um final simplório e difícil de se aceitar, ‘+1 (Plus One)’ é um thriller intrigante e até mesmo viciante. Há certas divergências envolvendo a qualidade do mesmo, mas definitivamente esse filme é uma forma de entretenimento única e que merece ser apreciada... mesmo que não se entenda nada no final.
PS: O título é uma referência direta ao que ocorre no decorrer do filme. Embora não pareça lógico usar como peça chave, é aceitável quando se chega ao final dele; entenda como uma expressão direta à produção e não à esse artigo.
Careta aos olhos do mundo dito moderninho. Um estudante de jornalismo e futuro produtor, que pretende um dia fugir do Brasil e ser feliz apreciando a arquitetura mundial.







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