"Homeless and in love"
Pois é. Talvez esse devesse ser o nome do remake do filme de 1981, antes protagonizado por Brooke Shields e Martin Hewitt, que acabou sendo um filme bombardeado pela crítica, embora um sucesso dentre a juventude da época; talvez pelo amor incondicional que é mostrado, talvez pela belíssima trilha sonora, com uma música de mesmo nome do filme, “Endless Love”, interpretada na época por Lionel Richie. Mas e sobre o tal remake? Conseguiu piorar o que já estava pior. Se na década em que foi lançado não deu certo, era de se esperar ao menos que houvesse alguma novidade nessa tentativa frustrada de recriar um “clássico” (Embora não devesse ser levado à esse nível) nitidamente banhado à boa e velha história de Romeu E Julieta.
O remake não impressiona, pelo contrário, só faz uma releitura fajuta do que já havia sido visto no original, que também não é um filme digno de aplausos e prêmios, e a semelhança entre os dois é extrema. Ainda focado numa história vazia, sem sentido e que serve somente pra mostrar um amor adolescente proibido entre o carinha bonitão e pobre e a mocinha loira, dos olhos claros, rica, com uma família cheia de problemas, mas que sempre se sente acima da sociedade, o filme conta a história de Jade Butterfield e David Elliot, dois adolescentes recém formados no ensino médio, que contra a vontade dos pais, vivem um caso intenso de amor. Jade, que tem um futuro brilhante pela frente na medicina, está prestes a embarcar para uma universidade pois foi aceita em uma espécie de estágio altamente prestigiado, enquanto que David, embora tenha se saído muito bem nos testes universitários, só pensa em formar uma família e trabalhar na oficina de seu pai. Ela, encantada por ele, acaba desistindo de seguir seus sonhos, o que acaba provocando uma certa raiva em seu pai, que carrega junto de si a dor de ter perdido seu filho mais velho por conta do mesmo ter tido câncer. Está tendo uma sensação de já saber o que vem a seguir? Exato. Quem nunca viu um filme com esse enredo que atire a primeira pedra.
“Amor Sem Fim”, como foi chamado na importação para o Brasil, peca drasticamente na falta de inovação do roteiro, nos deixando com a sensação de ter visto o mesmo filme no dia anterior na sessão da tarde. Os problemas não se restringem à isso, é claro, eles sem mostram presentes também no enredo totalmente batido, que só mostra mais daquela historinha de que os ricos sempre são os vilões e os pobres são os mocinhos perfeitos da trama, além de mostrar um David bem menos digerível, um tanto quanto idiota e sem grandes polêmicas, ao contrário do original que mostra o personagem até mesmo mais delinquente, fazendo sim com que se aceite uma suposta intromissão do pai de Jade no romance dos dois, e tudo sem um propósito definido. Mas se isso já não fosse o suficiente, existem também os atores.
Nessa nova versão, David e Jade são interpretados por Alex Pettyfer e Gabriella Wilde, respectivamente. Pettyfer, o perfeito estereótipo bonitão, inglês, charmoso, que já havia se mostrado bem razoável em atuações anteriores, estragando drasticamente 'A Fera' e 'Eu Sou O Número Quatro', além de deixar certas partes do saudoso e brilhante 'Magic Mike' um porre, não faz diferente dessa vez. Wilde é até mesmo sem sal em certos momentos, muitas vezes inexpressiva e sem paixão nenhuma. Durante todo o filme é melhor torcer por mais cenas do irmão da Jade, Keith, e do amigo de David que se mostrava um belo jovem louco e americano que te diverte, porque as cenas do casal em sua maior parte são altamente cansativas e sem sentido. Outro ponto que leva qualquer pessoa a querer pausar o filme em diversos momentos; falta química entre os dois, falta o tal amor que tanto tentam mostrar no filme, além de ser altamente superficial e estúpido o modo como os dois se apaixonam, sem nunca terem se falado, e com poucos dias já fazerem daquele o amor pra vida toda. Mesmo estando apaixonado e com seu par ao lado, é impossível não se estressar com as falhas e a falta de emoção do filme. Não que não exista amor na terra, mas existe uma história a ser prezada, as pessoas se apaixonam rapidamente mas não encontram alguém e dizem ser o amor da vida delas em poucos dias, ou ao menos não deveriam. O fato do filme ter sido lançado no dia dos namorados só mostra que o mesmo não renderia praticamente nada após tal data, e é bem verdade mesmo.
“Endless Love” é um remake fraco, com uma trilha sonora não tão empolgante assim, que te força sentimentos em diversas cenas, atores principais medianos, um belo time de coadjuvantes e uma ideia que precisa ser renovada pra dar certo. Para muitos românticos de plantão talvez o filme tenha mais sentido e importância, mas é certo dizer que em vários momentos eu queria mesmo era que o amor deles tivesse um fim. Seria mais digno e traria um pouco mais de emoção pra história.







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