Brasil: Estação Literatura
- Cecília Meireles.
A partir de
hoje, (RE)CONHECENDO A CULTURA será uma
série de artigos voltados para a valorização da cultura que viajará por vários
países, afim de trazer não só para o brasileiro, o conhecimento sobre seu lar,
como também a diversidade de culturas que há nos quatro cantos desse planeta, despertando quem sabe a curiosidade de conhecer as maravilhas que, em
contra partida aos desastres que o homem faz, tem em todo o mundo.
Antes de
começar, deixo a questão:
Você, brasileiro, conhece a cultura
do seu país?
O que é cultura?
Cultura pode
ser entendida de inúmeras formas, tal como a poesia, ela possui interpretações
infindáveis, eu vejo como cultura tudo aquilo que caracteriza um grupo ou uma
sociedade e segundo pesquisas que fiz na internet, existem conceitos desde populares
a filosóficos e antropológicos para cultura. Vamos nos apropriar nessa viagem,
do conceito o qual a cultura “é o
conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais
de um povo ou civilização tais como a música, teatro, rituais religiosos,
língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura,
invenções, pensamentos, formas de organização social, etc.”.
Sem dúvidas
há uma grande quantidade de pessoas que possuem uma visão egocêntrica de cultura, o
que gera inúmeros preconceitos que somente condenam as pessoas à prisão de não
se permitir viajar pelo oceano que é a cultura. Mas, nessa viagem, fugiremos
desse clichê baseado nos limites, vamos atravessar fronteiras. Cultura:
Literatura brasileira. Vamos lá.
Embarcamos
agora no trem-do-(re)conhecer que partirá em uma extraordinária excursão que rodará o mundo, tendo, sempre, em vista que concordamos que não conhecemos nossa cultura
e tampouco a cultura do mundo como elemento essencial para a compreensão do que
tentarei mostrar do ponto de vista de um estudante que o mundo quer conhecer. A
nossa primeira descoberta será aqui, no Brasil. Agora estamos em movimento, rumo
à próxima estação: Estação Literatura.
O trem-do-(re)conhecer se dirige agora
para a segunda fase do modernismo brasileiro, no Rio de Janeiro, onde vamos parar e bater um bom papo sobre (e por
que não, com?) Cecília Meireles a ‘poeta-ilha’, acompanhados de um
cafezinho ou de um suquinho de laranja, servidos?
Primeiramente, quem foi Cecília Meireles?
Bom, de cara já vemos o quanto uma mulher pode superar atribulações e levar consigo o sorriso mais encantador e apaixonante possível (sou suspeito a falar, se quer me ganhar, abra um sorriso e já tem metade do meu amor), a Ciça, como carinhosamente chamarei, é, com exceção das trágicas mortes em sua vida, bem parecida comigo: esse vazio existencial, a noção de transitoriedade, essa solidão que a tornou num dos nomes mais importantes da literatura nacional (mas diferente dela, eu não tenho tanta genialidade e tampouco habilidade para escrever e, portanto (mais que óbvio) não sou um dos nomes mais importantes da literatura nacional). O que seriam as obras dela se não a forma de expressar o que ela sentia? Afinal, como todo artista, é para isso que se tem a arte. No trecho a seguir, relatado pela própria Cecília, fica mais evidente ainda essa solidão e o exemplo de superação.“Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. (...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.”
“Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.”








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