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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Tiro no pé



Com o fim da Copa do Mundo e o vexame histórico, a CBF se viu pressionada a fazer uma mudança nos planos da Seleção Brasileira. E, tão clara quanto a iminência da saída de Felipão e Carlos Alberto Parreira no pós-Copa, é a vocação da CBF para fazer escolhas erradas. Nem sempre erradas pelas decisões tomadas, e sim pelo momento em que foram feitas.

Tudo que a CBF mais precisa é de paz para que a nova comissão consiga realizar uma boa preparação para a Copa do Mundo de 2018. Então, ela escolhe para o cargo de coordenador-geral de seleções o ex-goleiro, que esteve na Copa de 94, Gilmar Rinaldi. Um profissional sem grande experiência no cargo que exercerá e que, até um dia antes de ser anunciado, era empresário de jogadores.

O problema em Gilmar ser ex-empresário? Para pessoas com bom senso, nenhum. Qualquer tentativa de julgá-lo por isso é mau-caratismo. Mas sabemos que de gente sem caráter e antiética a imprensa está cheia, e a primeira convocação de um jogador desconhecido já será um prato cheio para que essas pessoas façam acusações a Gilmar. Ou seja, a paz passará longe da CBF.

Alguns dias depois, vem o anúncio do novo treinador da Seleção Brasileira: Dunga. Um treinador marcado pela eliminação para a Holanda em 2010 e por diversas brigas com a imprensa, que atingiram o ponto máximo nos xingamentos a Alex Escobar durante entrevista coletiva.

Ao contrário do que os que apoiam Dunga dizem, o trabalho anterior na Seleção não foi “ótimo até o segundo tempo das quartas-de-final contra a Holanda”. O Brasil se classificou em primeiro nas eliminatórias, mas sofreu contra adversários fracos e jogou mal. Na Copa, jogou um futebol horroroso na primeira fase e só empolgou no primeiro tempo da partida em que foi eliminado.

Assim como em 2012, quando demitiu Mano Menezes no momento em que ele parecia começar a se encontrar na Seleção, a CBF buscou Dunga no momento errado. Se ele buscou evoluir seu conhecimento de futebol ao longo do período em que esteve fora da Seleção, não acho absurda sua volta. Mas trazer um nome contestado durante uma crise foi um tiro no pé.

Se a CBF quer usar Dunga e Gilmar para que as críticas mudem de foco, saindo da instituição e indo para os profissionais, já deu certo. Mas por enquanto. Se a sequência da Seleção não for satisfatória e for preciso fazer novas mudanças, a culpa volta para quem não soube fazer um planejamento: a CBF.

Por mim, o treinador da Seleção Brasileira hoje seria Tite. Mas a escolha já foi feita, e agora cabe a nós torcer e cobrar. E à imprensa, criticar com base em fatos, e não em brigas com o treinador, como já está sendo feito aos montes.
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