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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Entrevista com o escritor e blogueiro Daniel Bovolento



Daniel Oliveira, mais conhecido pelo pseudônimo Daniel Bovolento, nascido no Rio de Janeiro, é publicitário, consultor, escritor e blogueiro. Além de, “jornalista de comportamento” em mesa de bar. Daniel é o criador do blog Entre Todas As Coisas, um dos sites sobre relacionamento mais acessados da web brasileira.

TRÊS PAPOS: Daniel, primeiramente, gostaríamos de agradecer por aceitar o nosso convite em fazer essa entrevista. Bom, quando começou seu interesse pela literatura e por escrever?

DANIEL: Eu que agradeço pelo convite, gurizada. Bem, eu sempre me interessei por contar histórias. Esse sempre foi o foco, apesar de eu não entender bem o que isso significava. Alguns pontos da infância e adolescência marcaram mais esse interesse, como os concursos de redação e contos, de paródias e coisas afins na escola. O fato de ser apaixonado por leitura e por teatro também influenciou muito, já que me via sempre como personagem e conhecer mais histórias era a minha forma de viajar e sonhar por aí.

O que você gosta de ler?

Eu leio um pouco de tudo, mas sou fã de crônicas e contos ou romances densos. Gosto de drama e suspense, mas eles têm que me carregar com emoção. Um livro tem que me mover com o enredo e com a estética do autor. Não sou fã da estética rebuscada, muito descritiva, mas compreendo sua importância, principalmente aquela presente nos grandes clássicos da literatura. No entanto, sou mais fã das coisas cotidianas, das grandes epifanias, do olhar pelo comum que ninguém nota.

Como surgiu o Entre Todas As Coisas?

Surgiu de uma ideia minha em 2010. Eu queria escrever contos sobre mulheres e cada um deles teria no título o nome de uma. A ideia era reportar a série “Sobre as mulheres”, em que os textos exibiriam características gerais femininas, mas focando em uma por texto. Escrevi o Beatriz primeiro, depois vieram as outras meninas. Era uma escrita fácil, escolar, pouco polida, mas divertida. O blog começou aí.

Como é sua relação com os colaboradores do site? E com outros escritores/blogueiros?

Os colaboradores do blog são incríveis. Saíram de uma seleção enxuta com mais de 500 participantes e são pessoas que me ensinam muito sobre estilos e escrita. Cada um deles tem uma maneira diferente de escrever e é de algum lugar do país. Além dos que saíram da seleção (Douglas, Karine, Letícia e Clarice), juntaram-se a nós a talentosa Olivia Dias, que faz a leitura interpretativa do texto e também escreve, e a Amanda Armelin que já era conhecida pelo sex appeal nos textos sobre sexo. Tem mais gente vindo por aí, mas ainda é surpresa.

Tenho uma relação boa com os blogueiros que conheço. Acompanho o trabalho de poucos, pra ser sincero, mas sempre que posso dou uma força pros meus amigos. Principalmente alguns que conheci no Casal Sem Vergonha, que são pessoas incríveis e talentosas.

Em um mundo onde os sentimentos e relacionamentos se tornaram algo fútil e desvalorizado, onde você busca inspiração para seus textos?

Eu tenho alguns pontos focais e observo muito. Acho que todo escritor precisa observar e viver muito do que pretende escrever. Foco nos relacionamentos e pessoas ao meu redor, além da música, cinema e literatura. Arte inspira arte, assim como a  vida inspira a vida.

Por escrever sobre relacionamentos, às vezes, acontece um assédio por parte das mulheres?

Nah, já passamos dessa fase. Teve uma época em que rolou um pouco de platonismo por parte de algumas leitoras, mas hoje elas me enxergam mais como um amigo do que como crush.

Você é, também, publicitário e consultor, como concilia esses outros empregos com sua produção literária?

É complicado, sou conhecido por ser workaholic. Além do blog, estou lançando um novo blog em breve e escrevendo meu livro. Também escrevo pro Casal Sem Vergonha e devo inaugurar uma coluna em breve em outro portal da área. Produzo uma festa no Rio de Janeiro e tenho projetos com consultoria de conteúdo e planejamento de blogs para corporações e empresas. Agora consegui me dar um período sabático para alinhar tudo e direcionar minha carreira, saindo do emprego formal que tinha. Então devo conseguir terminar meu livro e seguir com ele.

Você gosta mais de escrever: romances, contos ou crônicas?

Crônicas, com certeza. Eu tenho um estilo de escrita que fica entre o conto e a crônica, na maioria das vezes. Romances mais extensos não são meu forte, mas já comecei a rascunhar alguma coisa enquanto estudo esse estilo.

Você tem algum projeto de livro para o futuro?

Sim, estou escrevendo meu primeiro livro, cujo título provisório é Imaginário. Ele faz parte de uma série com 3 livros que pensei em escrever. São todos contos, crônicas e cartas inspirados num tema central e num tema global que se interligam. O Imaginário vai falar sobre amores que rondam o imaginário das pessoas, mas que nunca aconteceram.

Quais são suas maiores influências?

Literárias? Não sei. Sou do tipo de gente que leu muita coisa e acabou pegando um pouco de cada um, mas que nunca se lembra exatamente de quem. Eu gosto muito do Caio Fernando, da Tati Bernardi de antigamente, da Martha Medeiros e dos primeiros livros do Carpinejar. Machado de Assis, Shakespeare – morro por McBeth, Oscar Wilde, um pouco do Edgar Allan Poe. Gosto de alguns livros em particular de literatura estrangeira também, o Marcos Zusak, o Zafón, o Gabriel García Marquez  são caras que me chamam atenção.

O que você pensa sobre o preconceito em relação a “escritores de internet”? Ele existe mesmo?

Acho que existe receio com blogueiros, apesar de estar se tornando comum o fato dos blogueiros lançarem suas obras e conseguirem uma boa vendagem com elas. O fato é que os escritores, principalmente aqueles que vivem no offline, enxergam blogueiros como aprendizes da arte de escrever. Ainda é um campo complicado.

Daniel, gostaríamos parabeniza-lo pelo sucesso que é o site Entre Todas As Coisas, e agradecer pela gentileza em responder esta entrevista ao portal. Fique à vontade para fazer suas considerações finais.

Novamente, agradeço pelo carinho e pelas perguntas. E deixo um recado pra quem quer escrever ou fazer algo ligado a artes: arte é sentimento, então coloque paixão. Sem ela até o melhor dos textos vira apenas estética bonita num fundo vazio. E estude muito. Eu tô aqui estudando e não pretendo parar tão cedo de aprender.
Felipe Fernandes

É um profundo admirador da escrita e da arte que é escrever. Estudante e escritor metido a poeta, que as vezes acerta nas combinações das palavras.

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