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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Viva ‘todo dia' como se fosse o primeiro dia


'‘Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou. Mas também sou outra pessoa. Sempre foi assim.’'

Se você nunca ouviu falar de David Levithan, chegou o momento perfeito para começar a apreciar as obras desse autor e editor norte americano. O autor carrega em seu currículo uma pequena lista de livros publicados, alguns bem conhecidos como o “polêmico” ‘Boy Meets Boys’ (Ainda em processo de lançamento no Brasil pelo selo galera Record); ‘Nick e Norah’ que foi co-escrito com Rachel Cohn e teve uma adaptação pros cinemas; além de ‘Will & Will’, co-escrito por John Green, que também carrega junto de si uma legião de fãs. Mas a obra em questão, que vai entrar na sua extensa e inacabável lista de livros a serem lidos é ‘Todo Dia’, lançado ano passado pelo grupo editorial Record.

Em ‘todo dia’ somos apresentados à A', sem gênero sexual definido. Toda manhã, A' acorda em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, de rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A' precisa se adaptar. Dia após dia. Adaptar-se tornou-se uma rotina e um padrão de existência. A' cria até mesmo regras para viver seus dias sem que cause muitos danos na vida das pessoas em que permanece por um dia; regras essas que incluem nunca se apegar e nunca, jamais, em hipótese alguma, interferir.


Seguindo tais regras e tendo cautela, tudo sempre acabou ficando tudo bem, isso é, até o dia em que A' acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. E é a partir desse ponto que a história começa a voltar-se para o interior de A', deixando o exterior como uma mera capa.


Ao conhecer Rhiannon, tudo perde o sentido para A'; suas regras já não são mais válidas e sua cautela não é mais necessária, afinal, A' encontrou alguém com quem quer ficar dia após dia; todo dia. Mas como isso daria certo? Depois de 24 horas A' poderia estar em outro país, bem longe dela e tendo que suportar dias até que estivesse próximo a Rhiannon novamente. A' precisa começar a interferir na vidas das pessoas, precisa dar um jeito de chegar à Rhiannon novamente, tudo que sempre acreditou e forçou-se a aprender não existe mais. A partir daquele momento, tudo se resume à namorada de Justin e em tudo que pode ser feito para estar ao lado dela.





A incrível luta de A' para encontrar Rhiannon dia após dia, entre pessoas e vidas diferentes, mesclada à narrativa intensa e emocionante de David Levithan, tornam esse livro um retrato dos desafios que enfrentamos pelo amor, fazendo com A' e Rhiannon enfrentem seus demônios, superem suas limitações e redefinam suas vidas como nunca antes.


Como um fã insano de David Levithan, só posso dizer que me senti um tanto quanto satisfeito com o resultado desde que li o livro pela primeira vez em poucas horas, logo após o lançamento do mesmo quando recebi pelo correio. A editora manteve a capa americana, deixou a tradução bem dinâmica e trouxe pra realidade brasileira toda a beleza da história.


O livro além de emocionante, divertido e muito bem escrito, é também inspirador. Na pele de A' podemos sentir o que os personagens sentem, ver questionamentos comuns do dia a dia, além de aprender muito sobre relações humanas. ‘Todo Dia’ é único, brilhante e inovadoramente encantador, fazendo o mais escuro dos corações perceber que a vida é só um punhado de horas que podemos perder ou simplesmente aproveitar, afinal, não se pode mudar de vida todo dia.


Leonardo Marques

Careta aos olhos do mundo dito moderninho. Um estudante de jornalismo e futuro produtor, que pretende um dia fugir do Brasil e ser feliz apreciando a arquitetura mundial.

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