
'‘Todo dia sou uma pessoa diferente. Eu sou eu, sei que sou. Mas também sou outra pessoa. Sempre foi assim.’'
Se você nunca ouviu falar de David Levithan, chegou o momento perfeito para começar a apreciar as obras desse autor e editor norte americano. O autor carrega em seu currículo uma pequena lista de livros publicados, alguns bem conhecidos como o “polêmico” ‘Boy Meets Boys’ (Ainda em processo de lançamento no Brasil pelo selo galera Record); ‘Nick e Norah’ que foi co-escrito com Rachel Cohn e teve uma adaptação pros cinemas; além de ‘Will & Will’, co-escrito por John Green, que também carrega junto de si uma legião de fãs. Mas a obra em questão, que vai entrar na sua extensa e inacabável lista de livros a serem lidos é ‘Todo Dia’, lançado ano passado pelo grupo editorial Record.
Em ‘todo dia’ somos apresentados à A', sem gênero sexual definido. Toda manhã, A' acorda em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não há qualquer aviso sobre quem será ou onde estará em seguida. De menina a menino, de rebelde a certinho, tímido a popular, saudável a doente; A' precisa se adaptar. Dia após dia. Adaptar-se tornou-se uma rotina e um padrão de existência. A' cria até mesmo regras para viver seus dias sem que cause muitos danos na vida das pessoas em que permanece por um dia; regras essas que incluem nunca se apegar e nunca, jamais, em hipótese alguma, interferir.
Seguindo tais regras e tendo cautela, tudo sempre acabou ficando tudo bem, isso é, até o dia em que A' acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. E é a partir desse ponto que a história começa a voltar-se para o interior de A', deixando o exterior como uma mera capa.
Ao conhecer Rhiannon, tudo perde o sentido para A'; suas regras já não são mais válidas e sua cautela não é mais necessária, afinal, A' encontrou alguém com quem quer ficar dia após dia; todo dia. Mas como isso daria certo? Depois de 24 horas A' poderia estar em outro país, bem longe dela e tendo que suportar dias até que estivesse próximo a Rhiannon novamente. A' precisa começar a interferir na vidas das pessoas, precisa dar um jeito de chegar à Rhiannon novamente, tudo que sempre acreditou e forçou-se a aprender não existe mais. A partir daquele momento, tudo se resume à namorada de Justin e em tudo que pode ser feito para estar ao lado dela.

A incrível luta de A' para encontrar Rhiannon dia após dia, entre pessoas e vidas diferentes, mesclada à narrativa intensa e emocionante de David Levithan, tornam esse livro um retrato dos desafios que enfrentamos pelo amor, fazendo com A' e Rhiannon enfrentem seus demônios, superem suas limitações e redefinam suas vidas como nunca antes.
Como um fã insano de David Levithan, só posso dizer que me senti um tanto quanto satisfeito com o resultado desde que li o livro pela primeira vez em poucas horas, logo após o lançamento do mesmo quando recebi pelo correio. A editora manteve a capa americana, deixou a tradução bem dinâmica e trouxe pra realidade brasileira toda a beleza da história.
O livro além de emocionante, divertido e muito bem escrito, é também inspirador. Na pele de A' podemos sentir o que os personagens sentem, ver questionamentos comuns do dia a dia, além de aprender muito sobre relações humanas. ‘Todo Dia’ é único, brilhante e inovadoramente encantador, fazendo o mais escuro dos corações perceber que a vida é só um punhado de horas que podemos perder ou simplesmente aproveitar, afinal, não se pode mudar de vida todo dia.






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