Duplistas: Ídolos invisíveis

Terminou neste domingo o torneio de Wimbledon, o mais tradicional e prestigiado do circuito de tênis, que acontece anualmente desde 1877. Na disputa de simples masculina, o sérvio Novak Djokovic se sagrou bicampeão, vencendo, em incríveis 5 sets, o suíço Roger Fededer, maior vencedor de Wimbledon, com 7 títulos. Entre as mulheres, a tcheca Petra Kvitova ficou com o título, após disputar 15 sets e perder apenas 1.

Porém, não tenho o interesse de falar dos campeões agora. Esse texto que escrevo tem como objetivo fazer algumas perguntas e gerar discussões. Vamos a elas:

Sem hesitar: Qual o nome do cara que está nesta foto? Não sabe? Então deixe que eu o apresente:

Seu nome é Bruno Soares, tem 32 anos e joga tênis, nas duplas, ao lado do austríaco Alexander Peya. Ao lado de Peya, Bruno já venceu diversos torneios da série ATP 500, o Masters do Canadá e obteve excelentes resultados em Grand Slams, os maiores torneios do circuito profissional. A parceira foi a segunda mais vitoriosa do último ano.

Em 2012, ao lado da russa Ekaterina Makarova, Bruno se sagrou campeão das duplas mistas no US Open, um dos quatro Grand Slams. Até o início de Wimbledon, ele era nada menos que o terceiro melhor duplista do mundo.


Segunda chance: E esse simpático rapaz com um chapéu estranho, quem é?

Este é Marcelo Melo, tenista de 30 anos. Apelidado de "Girafa", por seus 2,03m de altura, esse gigante também coleciona títulos na sua carreira nas duplas. Seu parceiro atualmente é o croata Ivan Dodig, com quem já venceu o Masters de Xangai e foi vice de Wimbledon, em 2013. Os dois terminaram o último ano como a terceira melhor dupla do mundo.

Marcelo já jogou duas Olimpíadas pelo Brasil e, até Wimbledon, era o quinto melhor duplista do mundo.

Bruno e Marcelo são amigos de infância. Belorizontinos e cruzeirenses, foram parceiros de dupla em 2010 e 2011, período em que alcançaram 7 finais em torneios da série ATP 250, com 3 títulos, e uma final de ATP 500, em que foram vice-campeões.

Na Copa Davis, torneio de tênis entre nações, Bruno e Marcelo já jogaram 8 partidas juntos e obtiveram 7 vitórias. Estão invictos desde 2010, e, no próximo confronto do Brasil, contra a Espanha, nos dias 12,13 e 14 de setembro, a partida de duplas é a única em que nosso país entra forte para vencer.

Pois é, amigos. Dentre os 5 melhores duplistas da última temporada, dois eram brasileiros. Enquanto, lá fora, nossos craques são idolatrados e colecionam fãs, nossa mídia ignora as duplas e perde a chance de impulsionar nosso esporte e ampliar seu mercado.

Se você pensa que Marcelo e Bruno são somente dois raios que caíram em nosso país e não irão se repetir, e os duplistas não são tão importantes quanto os tenistas de simples, pode deixar tudo isso de lado. Enquanto este texto era escrito, acontecia, em Wimbledon, a final das duplas masculinas entre os juniores. Os vencedores foram os brasileiros Marcelo Zormann, de 18 anos, e Orlando Luz, de 16.

Para quem quiser acompanhar melhor nossos duplistas, basta seguí-los nas redes sociais. No Twitter, Marcelo Melo e Bruno Soares respondem, sempre que possível, aos fãs. No Facebook, são menos ativos, mas vale a pena curtir também suas fanpages. Os meninos do Brasil são mais desconectados da internet, sendo seus perfis atualizados por staff e assessoria.

As duplas brasileiras são uma realidade e têm muito futuro pela frente. Basta acreditar e investir.