É possível absorver a crítica de alguns curtas como “Ilha das Flores”, “Dancem, Macacos, Dancem” e “Civilização! - Algumas restrições se aplicam” de uma forma que abandona a forma usual de transmitir ideias e inova passando de forma irônica e inteligente a mensagem proposta.
Em
“Dancem, Macacos, Dancem,” a análise é feita de uma forma exterior, começa
mostrando que existem várias galáxias e cada uma delas possui centenas de
bilhões de estrelas e, em uma órbita de umas dessas estrelas, existe um planeta
azul que é governado por macacos. Entretanto, eles não pensam em si mesmos como
macacos, insistem sempre em expor as coisas que os difere dos animais e são os
únicos que pensam que deve ser felizes, quando o resto (dos animais),
simplesmente, são.
Aqui
podemos analisar que a humanidade, realmente, não tem parado para se ver de
fora, tem cada vez mais insistido em se diferenciar de tudo que a cerca,
querendo se sobrepor, em busca sempre de uma felicidade que não tem ponto de
chegada, querem sempre ir em busca do ser e não param para, de fato, serem.
Existe uma diferença entre ir em busca do ser e do sentir que é. A análise
disso se restringe cada vez mais.
Ainda
no vídeo, é afirmado que somos "amaldiçoados" pela consciência e por
isso temos medo. Temos medo de tudo, principalmente, do que os outros pensam.
De fato, só podemos ter medo, porque sabemos que sabemos, caso contrário, não
teríamos terceiridade das coisas e não assumiríamos, portanto, uma posição de
medo.
Queremos
ser diferentes, mas não nos pensamos enquanto diferentes, não tentamos
encarar-nos com uma primeiridade, não exercitamos isso numa forma de tentar
tomar uma dose de auto estranhamento.
Em
“Civilização! *Algumas restrições se aplicam”, o vídeo é composto da ironia em
"ensinar" como se constrói uma civilização para alguém que está
cansado de uma vida selvagem e que nunca sabe quando, nem de onde, virá sua
próxima alimentação, resolvem então apresentar o que é a civilização, desde os
que chegarão para a avaliar a terra e ver o que ela pode propiciar até os
salários que serão dados.
Em
algumas palavras ele adiciona o termo "algumas restrições se aplicam"
como em salário comida, roupa, moradia e na própria "civilização". O
que seria realmente esses benefícios da sociedade? Então podemos também
interpretar a palavra "benefícios". É isso que ele nos faz analisar,
se os sentidos das palavras que são empregadas na nossa sociedade possuem o
mesmo significado que deveriam.
Em
“Ilha das Flores” é mostrado como muitos significados, às vezes, podem nos
passar sem querer, uma imagem inversa do que se quer dizer. Sem conhecer o
local “Ilha das Flores” no sul do país, ou nunca ter assistido a esse curta, o
termo “Ilha das Flores” nos direciona a um signo bem inverso a um lixão.
No
final, ao usar a palavra liberdade nos faz ver ao mesmo tempo em que todos nós
entendemos, também não sabemos explicar. Assim é com vários termos que possuem
varias ligações, mas assim é também com nossa vida, fazemos ligações, muitas
vezes tão automáticas que sequer paramos para entender o real significado dos
significantes que bombardeamos no dia-a-dia. Se tentássemos entender mais a
automatização das regras que regem a sociedade de forma do que elas apresentam
concretamente e significativamente, talvez entendêssemos o porquê de existirem
lugares como Ilha das Flores que não tem nada de “flores”.







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