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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rock Progressivo e Psicodelia no Brasil: as raridades que você precisa conhecer antes de morrer



Não é segredo para quase ninguém que nossa música brasileira mergulhou em meio a um mar de inovação artística nos anos 60. Durante essa década, bandas como Mutantes e Os Incríveis marcaram a história do Rock Brasileiro. Caetano Velloso, Gal Costa, Ronnie Von e muitos outros artistas também tocaram rock and roll e psicodelia, este primeiro tendo marcado época no movimento denominado Tropicália. Para resgatar essa história da música brasileira que é pouco falada e, até mesmo pouco conhecida, listarei diversas raridades do Rock Nacional que recordam as mais complexas gravações Floydianas e por que não, Led Zeppelin e outras bandas mais.

Para começar, a história da psicodelia brasileira tem início nos anos 60 em São Paulo com bandas que, em sua maioria, passaram desapercebidas pelo grande público brasileiro. Algumas delas pode ser citadas, tais como: The Beatniks, Os Baobás e The Galaxies. 

O primeiro dos três, o grupo The Beatniks foi um grupo da Jovem Guarda que tocava covers de Them (Gloria), Hendrix, Turtles e que gravou bons compactos tendo como produtor,  o artista plástico Antônio Peticov. Os Baobás, registraram, além das músicas próprias, ótimas regravações de The Doors, Hendrix e Zombies. O The Galaxies gravaram um raríssimo album em 1968 com diversas canções originais e covers de Love, Donovan e vários outros sons psicodélicos da época.

Além desses três já citados, bandas como o The Beat Boys, Os Brazões e Liverpool gravaram excelentes produções. Beat Boys gravaram com Caetano Veloso a música "Alegria Alegria" e "Questão de Ordem" juntamente com Gilberto Gil, em 1968. Em 1968, os mesmos Beat Boys gravaram um estupendo disco psicodélico nacional. Os Brazões também gravaram apenas um ótimo e ultra-tropicalista lp, que contém "Gotham City", "Pega a Voga Cabeludo", "Momento B8" e "Planador", entre outras pérolas sonoras. Já o grupo gaúcho, Liverpool, é responsável por um dos melhores álbuns gravados nos anos sessenta, o LP "Por Favor, Sucesso", que contém as clássicas "Impressões Digitais", "Olhai os Lírios do Campo e Voando", entre outras.



Já nos anos 70, muitas bandas registraram gravações memoráveis. Um dos melhores albuns que eu já ouvi e tive o prazer de adquirir recentemente é o disco Karma, o qual contava com o lendário Jorge Amiden. Jorge inclusive, se recupera das infindáveis viagens de LSD dos tempos de psicodelia. Amiden era membro também da banda o Terço, essa outra mais conhecida do público por mais que ainda seja uma raridade.




O grupo Spectrum, de Nova Friburgo, com a trilha sonora do filme "Geração Bendita", produziu um dos mais raros e desconhecidos discos de psicodelia dos anos setenta, com qualidade internacional, e ainda atual. O carioca Módulo 1000, por sua vez, marcou o início da década de setenta com seu som psicodélico-progressivo, registrado no disco "Não Fale Com Paredes", outro clássicos do rock nacional de todos os tempos, relançado em CD. A Tribo, com Joyce, Toninho Horta e outros músicos que depois brilharam na MPB, e Equipe Mercado, tendo à frente a dupla Diana e Stull, transitaram entre a influência roqueira e as sonoridades regionais, deixando algumas poucas gravações.



A partir dessas primeiras experiências, e incorporando o som progressivo, inúmeros grupos transportaram a juventude brasileira para espaços mais livres e criativos, além dos limites impostos pela censura ditatorial. Apoiados na riqueza musical nacional, os grupos misturaram rock, tropicalismo, barroco, jazz, erudito, som oriental, música regional e tudo o mais disponível para criar um dos universos sonoros mais criativos do planeta naquele momento. 

Grupos como A Barca do Sol, Som Nosso de Cada Dia, Moto Perpétuo, Som Imaginário, Terreno Baldio, Recordando o Vale das Maçãs, Soma, Casa das Maquinas, Veludo, Vímana e Utopia - uns mais conhecidos, outros ainda obscuros para a grande maioria - deram a sua contribuição de ousadia e de inventividade sonora e poética para a história do rock brasileiro.




Ainda, em meados dos anos setenta, Lula Côrtes, Zé Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Paulo Raphael, especialmente, deixaram a marca de uma nova e delirante mistura, que resultou na posterior invasão nordestina. Em 1972, com participação do maestro Rogério Duprat, Alceu Valença e Geraldo Azevedo produziram um disco em parceria, que trazia influências pós-tropicalistas, rock and roll e sonoridades nordestinas, que antecipou o clássico "Paêbirú, O Caminho do Sol" - raro e ultrapsicodélico álbum duplo, gravado em 1974, sob o comando de Lula Côrtes e Zé Ramalho. Na seqüência, transitando para a afirmação dos ritmos mais regionais, Alceu Valença, Zé Ramalho e o grupo Ave Sangria (de Paulo Raphael), especialmente, ainda produziram peças com viés psicodélico, como "Vou Danado Pra Catende" (Alceu Valença), "A Dança das Borboletas" (Zé Ramalho) e "Momento na Praça" (Ave Sangria).

Morhamed Dias

Fã de um bom rock and roll e uma boa leitura, do Heavy Metal do Inferno ao bom som dos anos 70. Quero abrir a cabeça do planeta. See you in heeeell my friends.

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